quarta-feira, 9 de novembro de 2022

O que eu faço da vida?

Estou bem exausta. E mais do que apenas exausta, estou exausta de estar exausta. Fiquei pensando agora no banho se meus pais tiveram na sua juventude períodos de ansiedade assim como eu os tenho ou se é coisa mais geracional, desses tempos, da minha bolha social ou coisa minha.

Ser ansioso é lidar o tempo inteiro com medos, falta de controle, inseguranças, com aceleração, cabeça cheia de coisa, antecipação. E não sei... uma das coisas que mais me dá ansiedade é sim o básico, sabe? E creio que a maioria das pessoas devem sentir assim. O que é o básico que estou falando? Sobre como vai ser o amanhã, renda, emprego, futuro, relacionamento, país.

Sei lá. Não é só impressão minha. Estudos dizem, mas tá tudo muito cagado por ai. Volátil. Líquido. Incerto. No tempo dos meus pais muita coisa era ruim (e vivia por debaixo dos panos ao ser ruim) mas creio que não havia essa urgência em se viver.

E a urgência de viver é que nos quebra a cabeça. Na era da informação, do like, do fast tudo, do descartável, da bolsa de valores. É tudo uma hora assim, amanhã não pode ser mais. E ai? Como podemos ser seres humanamente sãos em meio de toda esta instabilidade ao se viver? Se urge viver, mas se urge viver dentro de um caos astronômico.

Quem lida bem com isso? Aqueles mais estáveis dentro dos seus empregos? Aqueles com laços afetivos mais seguros? Aqueles que nem tempo tem de pensar nisso?

Quem lida bem com isso? Um dia desses ouvi uma sábia falando que a maior lição que ela aprendeu na vida é que nada na vida é para sempre e seguro. Que aliás, a instabilidade e a imprevisibilidade da vida é a coisa mais bonita dela. Eu acredito. Porém como viver uma vida sã e apreciar essa condição sem sucumbir a um cérebro descompensado e a um corpo cansado como vivemos atualmente?

Eis o desafio.

Eu estou exausta e vou dormir.
Se um dia eu descobrir, eu lhe conto.

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