quinta-feira, 25 de outubro de 2007

A queda

Livros, livros e livros
Livros sobrevoam a minha cabeça
Livros de matemática, física, química
Livros de médicos e biólogos,
de humanidades,
de filosofia, sociologia,
de literatura e não.

A cada tempo que passa mais chegam,
e mais rápido passam.
Alguns me bicam como pássaros,
alguns se debatem com força,
alguns são belos, outros estranhos.

De repente, todos se enfileiram sobre mim
e desabam.
Pois é.
Quanto mais sabemos do mundo,
quanto mais queremos entender sobre as coisas e pessoas,
maior fica a nossa Dor.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Dúvidas e dúvidas

Eu tenho tantas dúvidas, mas estas jamais serão esclarecidas; por que, já sabendo disso, gasto o meu precioso tempo pensando nelas?

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Poeminha progressista

Não vivo na superficialidade,
vivo apenas no anonimato.
Tenho não só grandes ideais,
mas também grandes idéias.
Sei que exercê-las é uma tarefa difícil,
quase que utópica.
Porém, vou persistir com meus sonhos,
sempre,
nunca desistir.
Transformar o mundo não vou,
tenho consciência disto,
mas algumas palavras
e algumas atitudes
farão a diferença,
pequena esta, mas que existirá.

Situação triste

Como é que o ser humano pode ser tão transparente aos problemas que assolam o mundo?É só observar uma avenida que se percebe isso. Um mendigo pedindo esmola, sentando no chão, pessoas o pulando. Uma senhora sendo empurrada no trânsito da multidão. Pessoa gorda comendo e senhor caindo, só rendendo risadas.Pouca soliedariedade, pouca indignação, pouca vergonha na cara, pouca compreensão e pouca maturidade.
Muitos dizem ter consciência do que ocorre, mas poucos agem para haver mudança.
É triste.
Eu fico aqui a sofrer, sabendo que o meu simples ato é, apenas, um simples ato. Não muda nada, não há impacto. É somente mais um simples ato. Se, quem sabe, todos os que se dizem conscientes agissem, juntos, unindo os seus atos, tivesses alguma revolução... Repito, é triste, muito triste, somente triste.
Essa união não existirá até que algum grande problema nos prejudique, até que algo nos atinja realmente, ai pensaremos em agir. Só peço, por favor, que esse possível acontecimento não seja tão trágico...

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Não abusem, por favor! (parte II)

Por que algumas pessoas se submetem tanto as outras? Será que sou só eu assim?
Não, não.
Minha mãe também é, segundo ela mesma. Em seu trabalho, fica carregada de deveres por "favor" dos demais.Coitada. Herdei isso dela. "Patricia, você faz isso pra mim?", "Claro, claro, faço sim". Bobona.
Em meio de um sistema, no qual um explora o outro, fico eu assim, deixando-me tirar proveito. As pessoas não apenas usam, mas abusam do meu caráter e eu estúpida no "Sim, sim, claro". Faça-me um favor viu! Mais um? Não, não, não posso. Não tenho mais tempo pra nada, nem para um mínimo favor, desculpe-me!
Mas, pensando bem, todos somos submissos a algo ou alguém. Seja pelos pais, no serviço, colégio, casamento, pela política ou pelo tempo em que vivemos. Somos, não somos?

Não abusem, por favor! (parte I)

Sou um burro de carga,
aceito tudo o que me pedem.
Ser bonzinho é bom até um certo ponto,
eu sou ao extremo.
Odeio isso, mas não consigo ser doutro jeito.
As pessoas se aproveitam de mim.
Sacrifico-me.
Sou tão usada quanto uma polaca,
tão enganada como o povo,
tão boba tal uma criança.
Sou tão sofrida como um miserável.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Lá vem o tal

Lá vem ele,
cheio das poses,
andando duro
como cabra da peste.

Lá vem ele, sorrindo,
exibindo seus músculos,
brilhando os seus óculos escuros
contra o azul celeste.

Lá vem ele,
se achando, se gabando,
pensando que é o tal...
Tropeçou, caiu, gritou, chorou!
Querido, você não é o maioral!

Aluga-se

O controle remoto comprado pelo governo
que corresponde à vacinação da vida:
Muitos anticorpos pulando de alegria...
É o pum da globalização
que cheira nesse país.

Uma história inútil
que contada para os mais jovens
engana, aliena, opaca a visão.
Os poucos que enxergam
não fazem a sua lição.

Por aqui:
Compra-se gente decente
Leiloam-se espertalhões
Aluga-se o Brasil.